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sexta-feira, 25 de março de 2011

A bolsa amarela

Raquel tem três vontades enormes. Ser um menino, crescer e ser escritora. Ela tem uma imaginação maravilhosa, é uma menina sensível e incompreendida pela família. Às vezes, essas vontades crescem tanto, tanto, que parece que ela não vai aguentar o peso de tanta vontade reprimida.

Um dia ela escreve uma história, que ganha vida em sua bela cabecinha. No outro, ganha uma bolsa amarela, herdada da tia, que não a queria mais. A bolsa era enorme e ela logo pensou em colocar ali todas as suas vontades, bem escondidas. E é aí que a mágica acontece. É nessa hora que nós, leitores-mirins de Lygia Bojunga, nos rendemos. E quando a lemos já adultos, compreendemos a sutileza da sua informação.

Na história inventada de Raquel, o personagem principal é um galo (um macho...), no qual ela colocou o nome de Rei ("prestenção", uma coisa!). O galo ganha vida, é seu companheiro inseparável e ela descobre que ele fugiu da sua história por não querer mais aquela vida de galo, que manda em todas as galinhas e diz o que elas têm ou não de fazer. Logo que foge da história, pede à menina que mude seu nome; ele não gosta de "Rei", é pomposo demais.

Depois ela encontra um alfinete perdido na rua. Desses que fecham fraldas, bem pequenino. Ele diz a ela que ama ser pequeno daquele jeito, pois cabe em todos os lugares, é formoso e pode se esconder à vontade. Ele e o galo já moram na bolsa amarela.

Por último, o galo, que agora se chama Afonso, encontra um velho guarda-chuva quebrado. Aliás, UMA guarda-chuva, que perdeu toda a sua história depois que se quebrou inteira num acidente.

Aí nos chegam as conclusões maravilhosas. A bolsa amarela é a essência de Raquel. Ela consegue resolver seus conflitos mais urgentes com a própria imaginação. O galo representa sua vontade de ser menino. Ele mostra para ela que meninos também têm questões, dificuldades, problemas. O alfinete é sua vontade de crescer. Ele a convence de que tudo tem seu momento, e que ser pequeno também é bacana. E a guarda-chuva sem passado, sem história, é sua vontade de escrever, que dá lição inversa. Ela mostra que essa vontade sim, é importante, pois histórias fazem parte da vida de todo o mundo.

É por isso que Lygia Bojunga é tão premiada. É por isso que ela arrebata corações infantis. A criança se transforma ao lê-la. Muito muito fã. Desde criancinha! :)


Autor: BOJUNGA, LYGIA
Editora: CASA LYGIA BOJUNGA
Assunto: INFANTO-JUVENIS - LITERATURA JUVENIL

7 comentários:

Sylvia Araujo disse...

Ahhhhh, que linda Lygia, que linda Raquel, que linda você - que carrega juntinho de si bolsa maior e ainda mais colorida!
Tá escrevinhando que é uma boniteza, Marlinda!
Orgulho é pouco.

Te amo!

Palavralida disse...

Marlinda!

Roberta Fraga disse...

Se eu tivesse uma bolsa assim ia ser bem grande! rs

Palavralida disse...

Beijo, querida Roberta!

Fhernanda Fernandes disse...

O que mais me impressiona Renatinha, é a forma como você conta a história da história.
É fascinante!!!
Sempre fascinante!!!
A gente fica louco para ler os livros que você comenta e indica.
A sua escrita é simples, sem pretensão, mas quando a gente acaba de ler, está rendido.
Tipo: Eu preciso muito ler esse livro.
Sou muito fã de você!!!
Mana... Você é o máximo!
Bjs

Palavralida disse...

hahaha Ah, Fhe!! Eu que sou sua fã, para! hahahaha É um livrinho infantil, mas é fantástico perceber, já adulta, a influência da Lygia na infância da minha geração. Eu li absolutamente todos os livros dela quando era criança, e fiquei abismada com as mensagens decifradas agora. Quero ler todos de novo, com os olhos de hoje. Beijo, querida!

Rafael Mussolini disse...

A Lygia é um encanto só. A cada livro que leio fica mais surpreso e maravilhado com tanta criatividade, sensibilidade e inteligência.

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