tag:blogger.com,1999:blog-27495580333563134512024-03-12T20:36:30.209-07:00PalavralidaPalavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.comBlogger241125tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-91130027899463763442019-04-25T09:50:00.001-07:002019-04-25T09:50:13.635-07:00Atum, o Gato Grato cai no mundo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-u02PZlK4KAU/XMHh8aMooGI/AAAAAAAACz0/F-A7asxOx9wC840ika9QVWBPIOE6W1DZQCLcBGAs/s1600/atum%2Bcai%2Bno%2Bmundo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-u02PZlK4KAU/XMHh8aMooGI/AAAAAAAACz0/F-A7asxOx9wC840ika9QVWBPIOE6W1DZQCLcBGAs/s320/atum%2Bcai%2Bno%2Bmundo.jpg" width="320" /></a></div>
Atum, o gato grato cai no mundo é parte de uma coleção de aventuras desse gatinho fofo, grato e muito engraçado.<br />
<br />
Leitura deliciosa, que traz muito encantamento para as crianças. Neste livro, Atum, em duas sete vidas, mora em sete lugares diferentes do mundo. Em cada um, ele descobre, agradece e se diverte com a cultura local.<br />
<br />
O melhor de tudo é que, em suas sete experiências muito distintas, ele chega à conclusão de que não existe certo e errado, mas modos e culturas diferentes de cada lugar.<br />
<br />
O livro faz a criança refletir sobre como o contexto é importante na hora de entender culturas alheias.<br />
<br />
Escritora: LAHAM MORELLO, THAIS<br />
Ilustradora: BASILE, JULIANA<br />
Editora: CAROCHINHA<br />
Assunto: Literatura Infantil</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-75641627113401540502016-01-21T15:36:00.002-08:002016-01-21T15:36:40.369-08:00O vilarejo <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-neXxHnfQqp8/VqFmesDCBYI/AAAAAAAACdw/AXeq-RV9aOg/s1600/vilarejo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-neXxHnfQqp8/VqFmesDCBYI/AAAAAAAACdw/AXeq-RV9aOg/s320/vilarejo.jpg" width="222" /></a></div>
"Em narrativas que exploram as profundezas mais sombrias da alma humana, Raphael Montes narra com destreza a velha disputa entre o bem e o mal, a vida e a morte, a tentação e a salvação."<br />
<br />
Um livro dinâmico e macabro. Raphael Montes reúne neste livro uma série de contos de terror com personagens interligados, todos moradores do mesmo vilarejo. Não há cronologia, portanto, vemos personagens transitarem em diversos contos com diversas idades. Assim o leitor se depara com o mesmo personagem sob as mais variadas perspectivas.<br />
<br />
Um vilarejo desaparecido do mapa. Um caderno com ilustrações sinistras de uma mulher chamada Elfrida Pimminstoffer, com texto escrito em cimério, foi parar nas mãos de um dono de sebo em Copacabana. Tudo isso como prefácio extraído da enorme e excepcional imaginação do autor. A partir daí, Raphael se denomina como mero tradutor dos escritos.<br />
<br />
Capítulo à parte para Marcelo Damm, dono das ilustrações amedrontadoras do livro. Ele conseguiu absorver a palavra do autor e a essência da trama com excelência. Para quem gosta do gênero terror, Raphael Montes veio em seu romance de estreia no gênero mostrando que chegou para ficar.<br />
<br />
Para dar um gostinho:<br />
<br />
"- O que você fez?<br />
F* acaricia a cabeça da jovem M*, espetada por um garfo de quatro dentres.<br />
- Viram, crianças? O papai trouxe comida. Não vamos mais passar fome. - diz. Rói um dedinho tostado que restou em seu prato. - Ora, querido, venha dar um beijo nos seus filhos. Hoje é um dia especial... Vou preparar um banquete para o jantar!"<br />
<br />
Editora: SUMA DE LETRAS BRASIL<br />
Assunto: Literatura Nacional - Suspenses</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-60914084153341625072015-10-01T05:52:00.000-07:002015-10-01T05:52:21.318-07:00Menino do Mato<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-oMA9YAo2qJ0/Vg0sRTKxtLI/AAAAAAAACOQ/BgwlgXuKmXg/s1600/menino%2Bdo%2Bmato.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-oMA9YAo2qJ0/Vg0sRTKxtLI/AAAAAAAACOQ/BgwlgXuKmXg/s320/menino%2Bdo%2Bmato.jpg" width="222" /></a></div>
Sobre literatura:<br />
<br />
"Eu queria fazer parte das árvores como os pássaros fazem.<br />
Eu queria fazer parte do orvalho como as pedras fazem.<br />
Eu só não queria significar.<br />
Porque significar limita a imaginação.<br />
E com pouca imaginação eu não poderia fazer parte de uma árvore.<br />
Como os pássaros fazem.<br />
Então a razão me falou: o homem não pode fazer parte do orvalho como as pedras fazem.<br />
Porque o homem não se transfigura senão pelas palavras.<br />
E isso era mesmo."<br />
<br />
"...Eu queria que minhas palavras de joelhos no chão pudessem ouvir as origens da terra."<br />
<br />
"Visão é recurso da imaginação para dar às palavras novas liberdades?"<br />
<br />
"Eu sustento as palavras com o silêncio do meu abandono."<br />
<br />
"Escrever o que não acontece é tarefa da poesia."<br />
<br />
"Eu só faço travessuras com palavras. Não sei nem me pular quanto mais obstáculos."<br />
<br />
Terminei hoje esta pérola! Foram 48 horas de puro deleite, poesia líquida, aerada, certeira, perfeita! Manoel de Barros lançou este livro pela primeira vez em 2010, do alto de seus 94 anos, mas ainda com alma de menino, menino do mato.<br />
<br />
Que as palavras desse poeta estejam sempre em nossas vidas, corações, sentidos. Que renasçam muitos Manoéis pelo mundo. Que a vida mostre pelas palavras a beleza do natural, irreal, imaginário.<br />
<br />
Autor: BARROS, MANOEL DE<br />
Editora: ALFAGUARA BRASIL<br />
<br />
<br /></div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-62980804426444499312015-05-21T05:24:00.000-07:002015-05-21T05:24:41.526-07:00O Rei do Inverno<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-9qn2RELUhog/VV3NfCwV2EI/AAAAAAAAB_g/sZOhVgjf2UU/s1600/rei%2Bdo%2Binverno.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-9qn2RELUhog/VV3NfCwV2EI/AAAAAAAAB_g/sZOhVgjf2UU/s320/rei%2Bdo%2Binverno.jpg" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Por Bruna Bonfeld</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bernard Cornwell, que é amigo de outro escritor muito conceituado, George Martin, da série Game of Thrones, tem talvez uma escrita mais envolvente que o último (tcharãn, joguei a polêmica, mas tenho o direito de expressar minha opinião rs). PS: No devido tempo irei falar da minha relação de amor e ódio com Game of Thrones, mas isso fica para um outro papo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"O rei do inverno" é um romance baseado nas lendas e crônicas do lendário Rei Artur através da perspectiva de seu soldado mais fiel, o personagem Derfel. Apesar de ser um romance histórico, Bernard Cornwell se utiliza de algumas fontes históricas para dar maior embasamento à sua escrita. No final do livro, na "Nota do autor". Cornwell explica a imprecisão das fontes sobre a existência desse Rei Guerreiro que comandou incríveis vitórias contra a invasão saxã no final do século VI d.C; além de dar dicas sobre onde na narrativa ele se utilizou mais da imaginação do que da história propriamente dita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na obra "De Excidio et Conquestu Britanniae" do autor Gildas, uma das fontes das quais Bernard Cornwell se utiliza para falar sobre um período conturbado de invasões saxãs na Britannia, hoje conhecida como Inglaterra, essas batalhas são descritas, mas não menciona o Rei Artur. Apesar dessas divergências, nos sentimos completamente impelidos para a história ficcional-mas-com-fundo-de-verdade do autor. Tem de tudo: guerra, romance, drama, religião... pode agradar realmente a todos os tipos de leitores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma leitura associada que fiz há bastante tempo de "As Brumas de Avalon" (que também pode ter uma resenha mais para frente), não deixa claro o conflito Cristianismo X Paganismo que existia na Idade Média.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste livro vemos o paganismo como forma cultural intrínseca nas pessoas da época, diferentemente de "As Brumas de Avalon", na qual Morgana, irmã de Artur, trava uma guerra praticamente perdida contra os cristãos desde o primeiro livro de quatro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Impossível não torcer por Artur desde o início. Ele é o típico herói das histórias épicas, guerreiro, valente, com moral, diplomático, bem apessoado e inteligente. Também é impossível não sentir empatia por Derfel, pois o personagem, apesar de ter vivido em uma época muito mais remota se apaixona, luta, erra, volta atrás em decisões, se culpa, enfim, vive dilemas reais de pessoas boas de coração. Temos portanto os papéis de "vilão/mocinho" bem delimitados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para entender ainda mais essa história e esse universo é interessante ler textos paralelos, principalmente e obviamente sobre as lendas do Rei Artur, mas também sobre Idade Média. Se eu puder dar uma indicação de um livro geral sobre Idade Média, de leitura agradável e acessível inclusive para leigos, indicaria "A civilização feudal" de Jérome Baschet.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Espero ter conseguido deixá-los com vontade de ler esse livro, pois realmente vale a pena e já estou ansiosa para ler o segundo da saga: "O inimigo de Deus."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Coleção: CRONICAS DE ARTUR, 1</div>
<div style="text-align: justify;">
Autor: CORNWELL, BERNARD</div>
<div style="text-align: justify;">
Editora: RECORD</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-27886133957672676062015-05-06T06:31:00.001-07:002015-05-06T06:38:07.002-07:00Eu sei que a gente se acostuma. Mas não deveria ...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: right;">
<span style="line-height: 19.2000007629395px;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/ruN_LR60ZfQ/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/ruN_LR60ZfQ?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<span style="line-height: 19.2000007629395px;">Marina Colasanti</span></div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.2000007629395px;">A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem outra vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha pra fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.</span></div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o Jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz aceita ler todo dia, de guerra, dos números, da longa duração.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar por ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável, à contaminação da água do mar, à lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galos na madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta do pé, a não ter sequer uma planta.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só o pé e sua o resto do corpo.. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.</div>
<div style="background-color: #f9f9ed; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2000007629395px; margin-bottom: 1em; text-align: justify;">
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto acostumar, se perde de si mesma.</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-27710838337095069662015-04-29T04:43:00.001-07:002015-04-29T04:43:10.477-07:00Ler devia ser proibido<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-hYRaQfmI2SY/VUDDtIsY-yI/AAAAAAAAB80/uvaF4iPjtEU/s1600/Livros.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-hYRaQfmI2SY/VUDDtIsY-yI/AAAAAAAAB80/uvaF4iPjtEU/s1600/Livros.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Guiomar de Grammont</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas</b>: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. <b>A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social</b>. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma</b>. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. <b>Liberta o homem excessivamente</b>. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Ler pode provocar o inesperado</b>. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. <b>Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. <b>Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não, não deem mais livros às escolas. <b>Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente</b>. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. <b>Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos</b>… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.”</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-38346336181530322342015-04-28T04:09:00.003-07:002015-04-28T04:10:03.686-07:00Se eu ficar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-LOzip_29RME/VT9pwdraAVI/AAAAAAAAB8M/KNqvZoxxbkE/s1600/se%2Beu%2Bficar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-LOzip_29RME/VT9pwdraAVI/AAAAAAAAB8M/KNqvZoxxbkE/s1600/se%2Beu%2Bficar.jpg" height="320" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 15.3999996185303px; line-height: 21.5599994659424px; text-align: left;">Por Bruna Bonfeld</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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"Se eu ficar" gerou uma série de sentimentos contraditórios em mim. Tentei ler uma vez e não consegui passar das primeiras páginas. Apesar de enxergar potencial na história não me senti cativada pelo livro, exatamente como tinha acontecido com "Morte Súbita". Como sei que a gente nunca lê o mesmo livro duas vezes resolvi dar mais uma chance. </div>
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<br /></div>
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Os fãs do livro provavelmente me chamariam de insensível, mas eu demorei bastante para me encantar com a personagem Mia. </div>
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<br /></div>
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Mia, adolescente tinha uma vida normal. Pais, irmão, avós, tios, primos, um namorado mais velho integrante de uma banda de rock e uma melhor amiga em quem podia confiar. O que diferenciava Mia de outras adolescentes da sua idade era o fato de ser ligada a música clássica e ser violoncelista (artista que toca o instrumento violoncelo). Tudo estava indo relativamente bem, tirando alguns problemas adolescentes ocasionais, até que Mia e sua família sofrem um terrível acidente de carro, que mata seus pais e irmão mais novo e que a deixa em coma. </div>
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<br /></div>
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A narração acontece na forma dos pensamentos da Mia enquanto estava em coma, sobre lembranças do passado e questionamentos sobre um futuro sem a sua família caso ela resolvesse ficar. A discussão central do livro é a reflexão sobre alma e corpo e até que ponto eles se separam e o quanto de poder Mia teria, enquanto alma, para permanecer viva, se essa escolha seria realmente dela. Sabe aquela polêmica sobre quando uma pessoa está em coma, sem previsão para acordar e sem alteração no seu quadro clínico e ai cogitam (médicos e família) de desligarem os aparelhos? Em nenhum momento a família de Mia pensa nessa possibilidade, mas é uma questão que poderia muito bem ser discutida a partir da leitura desse livro. </div>
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<br /></div>
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Lendo o que eu mesma estou escrevendo me sinto completamente fascinada por essa história, porém confesso que demorei para entrar de cabeça nela, pois a autora vai liberando aos poucos as informações sobre a vida de Mia antes do acidente, o que faz com que a princípio você não sinta muita empatia por essa garota "introspectiva e solitária como seu violoncelo" (pensamento dela), pelo menos essa foi minha percepção inicial. Como gosto de emoções fortes, as vezes ficava um pouco sem paciência para essa demora em demonstrar os sentimentos da personagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, o fato é que aos poucos fui me envolvendo, envolvendo, envolvendo e quando vi já não conseguia mais largar esse livro. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na edição dessa capa ainda tem entrevista com os atores escolhidos para a adaptação do cinema, que eu ainda não vi, e um capítulo do livro "Para onde ela foi", que seria uma continuação. Não consegui ler, não quis ler, já que estava completamente embevecida pela história, por aquela história unicamente e não pude deixar de me perguntar o que eu faria no lugar de Mia. </div>
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<br /></div>
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O que Mia fez? Ela escolheu ficar? Vocês terão que ler pra saber. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Autor: FORMAN, GAYLE</div>
<div style="text-align: justify;">
Editora: NOVO CONCEITO</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-13117885178701384612015-04-27T06:47:00.000-07:002015-04-27T06:47:10.490-07:00Para ler em silêncio<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-KNDZDYndGHE/VT49Utz8z_I/AAAAAAAAB7o/XELljRK5Dps/s1600/para%2Bler%2Bem%2Bsilencio%2B250x330.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-KNDZDYndGHE/VT49Utz8z_I/AAAAAAAAB7o/XELljRK5Dps/s1600/para%2Bler%2Bem%2Bsilencio%2B250x330.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
“No princípio, foi a palavra falada: para cumprir sua profecia, fez-se necessário eternizá-la.”</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Para ler em silêncio (Bartolomeu Campos de Queiroz)</b></div>
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<br /></div>
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Tomei ciência, por meio da leitura, que um dia o universo fora um caos. E veio a palavra – faça-se a luz – para o dia e a noite acontecerem. E assim foi com a terra, os mares e mais o firmamento inteiro. A palavra realizou o que anunciava e transformou a desordem em beleza e movimento. E em sete dias tudo que a nossa palavra alcança nos foi dado de presente. <b>E ainda agora e sempre, nos será permitido reinventar novas palavras na medida em que se torna impossível exaurir a harmonia misteriosa do universo</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Escrever é imprimir a experiência do espanto de estar no mundo. É estender as dúvidas, confessar os labirintos, povoar os desertos. <b>E mais, escrever é dividir sobressaltos, explicitar descobertas e abrir-se ao mundo na ilusão de tocar a completude</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes de iniciar meu trabalho, eu respiro o silêncio. No silêncio, leio, em mim, mais e melhor o que ainda está por dizer. O universo é um grande livro aberto e sem texto. Mas como a penumbra, ele se mostra sem se revelar. Ele me anuncia sobre todas as coisas. Desde o antes até o depois. Fala do visível e do invisível, do doce e do amargo, da terra, água, fogo e ar. <b>É um livro que consente tantas leituras quantos são aqueles que vivem nele e têm olhos de escutar. Cada escuta acorda uma suspeita</b>. Mesmo assim sendo, não esgotamos os sentidos que dormem na palavra. <b>O universo não envelhece; ele se rejuvenesce, e sempre pela palavra</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Legendar o universo, eu bem sei, é o primordial ofício humano</b>. Não se resta calado diante de sua desmedida sedução. E sei mais: o olhar acaricia apenas a superfície das coisas. É preciso atravessar as cascas e buscar batizar o ainda intocável pelo olhar. <b>Para tanto, há que libertar a fantasia para que ela faça seu percurso até o “dentro” e derrame a luz da palavra</b>. Só pela fantasia é possível aproximar-se da intimidade das “coisas” e nomeá-las. Depois do olhar, só a fantasia contempla.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A literatura é feita da fantasia concretizada pela palavra</b>. Sem se contentar com o real, a fantasia adjetiva o mundo tendo como estrela-guia a busca da beleza. A literatura confirma que “o belo é bom”. Conversamos com a beleza desprovidos da solidão. Não se está só quando o mais definitivo dos diálogos acontece: o real e o ideal conversam sucessivamente no silêncio de nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<b>E o silêncio do mundo nos acorda perguntas que exigem cuidados aos respondê-las, sem ferir seus segredos, protegendo seu alumbramento</b>. Perguntar é querer saber mais. E não se vive sem respostas. Se reinventadas, maiores riquezas se acrescentam ao mundo. Guiada pela fantasia, a literatura não nos rouba a voz, não nos deixa mudos. <b>Liberdade, fantasia e palavra fundam a literatura</b>.</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-62054490541851156722015-04-24T07:16:00.000-07:002015-04-24T07:16:49.026-07:00Morte Súbita<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-h8WKgtl484M/VTpPRn7MWSI/AAAAAAAAB7E/CvupzDsYXNM/s1600/morte%2Bsubita.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-h8WKgtl484M/VTpPRn7MWSI/AAAAAAAAB7E/CvupzDsYXNM/s1600/morte%2Bsubita.jpg" height="320" width="208" /></a></div>
<b>Por Bruna Bonfeld</b><br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
Posso dizer que "Morte Súbita" é um dos livros mais tristes que já li e sinceramente esse é um desfecho pelo qual eu não estava esperando. </div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<br />J.K. Rowling, autora também da saga Harry Potter (e quem me conhece sabe que é a minha preferida) e dos romances policiais "O Chamado do Cuco" e o "Bicho da seda" (também fantásticos), mostra toda a sua versatilidade ao escrever Morte Súbita. </div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<br />A história se passa no vilarejo de Pagford, uma cidadezinha dentro de Yarvil, mas não submetida <span class="text_exposed_show" style="display: inline;">a ela. Entre esses dois locais há também o bairro de Fields, no qual reside a população mais pobre e carente. Após a morte de Barry Fairbrother, membro fundamental do conselho de Pagford e grande defensor de melhorias para os moradores de Fields (local onde ele próprio nasceu), todos no vilarejo de Pagford são atingidos direta ou indiretamente. A vida dos personagens se intercruzam e as faces da hipocrisia social ficam bastante evidentes. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br />Barry Fairbrother morre de aneurisma (uma veia de seu cérebro é rompida) subitamente, deixando até mesmo seus inimigos políticos desamparados. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br />Vencer o início um tanto cansativo do livro, no qual você se vê enredado em questões de picuinhas sociais muito enraizadas, é essencial para descobrir um livro sensível e um enredo surpreendente.<br />Terminei o livro com aquela sensação de pesar e tristeza, mas também de felicidade ao me deparar com uma literatura tão envolvente.<br />Super indico! Nota 10! <i class="_4-k1 img sp_0FWTQ_K3bWk sx_72c37c" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yS/r/ckxre_asY0y.png); background-position: 0px -8033px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"><u style="left: -999999px; position: absolute;">Emoticon smile</u></i></span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline;">
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
PS: Destaque para os personagens Khristal Weedon, adolescente e para seu irmão Robbie Weedon. Extremamente pobres, filhos de uma mãe viciada em heroína, Khristal para mim ganha destaque na sua luta comovente para ficar com o irmão de 3 anos Robbie, que é classificado como "criança em situação de risco" pelo Serviço Social de Pagford. Eles também são profundamente atingidos pela morte de Barry Fairbrother, por Barry ter sempre vontade de ajudar Khristal que também veio de Fields, mesmo bairro pobre que ele. Poderia escrever linhas e linhas sobre essa personagem maravilhosa, cheia de defeitos, mas honesta, batalhadora, sensível e inspiradora que é Khristal, mas como o livro tem diversos personagens com complexidades muito grandes, me resumo a essas poucas palavras e também para que quem for ler o livro consiga descobri-la aos poucos, como eu fiz.</div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px;">
<span style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, lucida grande, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Autor: ROWLING, J. K.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 6px;">
<span style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Editora: NOVA FRONTEIRA</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px;">
<span style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, lucida grande, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Assunto: Literatura Internacional - Romances</span></span></div>
</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-83199707647309849622015-02-06T05:16:00.000-08:002015-02-06T05:16:03.017-08:00O túnel<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-xRtjIh3uW9I/VNS-ca5IcRI/AAAAAAAABy8/4XfUKFsgIXY/s1600/otunel.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-xRtjIh3uW9I/VNS-ca5IcRI/AAAAAAAABy8/4XfUKFsgIXY/s1600/otunel.jpg" height="256" width="320" /></a></div>
Um livro extremamente sensível e que trata da relação entre irmãos de maneira lúdica e atenta. A história é de um casal de irmãos muito diferentes; eles vivem em universos distintos e não conseguem se relacionar. Até o dia que a mãe interfere e convoca os dois para uma mesma tarefa.<br />
<br />
No meio do caminho, encontram um túnel e o irmão resolve entrar para saber o que há do outro lado. A irmã, muito medrosa, acha melhor esperar na entrada do túnel. Como o irmão não retorna, ela cria coragem para ir atrás dele e saber o que aconteceu. Essa aventura transforma a relação dos dois, que se tornam cúmplices e amigos.<br />
<br />
Lindo livro, com palavra e ilustração de criação de Anthony Browne, autor-ilustrador ganhador do Prêmio Hans Christian Andersen.<br />
<br />
"A irmã ficava dentro de casa, sozinha, lendo e sonhando. O irmão brincava lá fora com seus amigos, rindo e gritando, lançando e chutando, bagunçando e rolando."<br />
<br />
Autor: BROWNE, ANTHONY<br />
Editora: PEQUENA ZAHAR<br />
Assunto: Infantil<br />
<br /></div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-1531128958154813802015-01-21T05:24:00.000-08:002015-01-21T05:26:22.812-08:00Reprodução<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Tr_zPx-0exk/VL-oHEXul0I/AAAAAAAABxs/6DNgK1f0l7M/s1600/reproducao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Tr_zPx-0exk/VL-oHEXul0I/AAAAAAAABxs/6DNgK1f0l7M/s1600/reproducao.jpg" height="320" width="214" /></a></div>
Um rapaz autodenominado "estudante chinês" é o único narrador desta história, de autoria de Bernardo Carvalho. Um livro de tirar o fôlego, em que conceitos, preconceitos, amores, amarguras, traumas de um único cérebro invade nossa mente.<br />
<br />
O "estudante chinês" se preparava para uma viagem à China, para finalmente conhecer sua cultura de essência, segundo ele, mas é preso pela Polícia Federal por um suposto envolvimento com sua ex-professora de chinês que, segundo ele (sempre!!), tinha encontrado por acaso na fila de embarque do mesmo voo. A professora estaria levando uma pequena menina para voltar à terra natal e conhecer seus pais, mas é acusada de tráfico (de drogas? humano?). Como desaparece no meio da confusão com a criança, seu aluno é detido e aí inicia uma torrente de pensamentos, falas, crises etc.<br />
<br />
Um personagem caricaturado como intelectual-político moderno: cheio de certezas, jorra-as pela internet nos blogs, redes sociais, um "pesquisador histórico" de Wikipédia, com conceitos preconcebidos tão esdrúxulos que chega a ser engraçado.<br />
<br />
Leitura boa, irônica, crítica dessa nova leva de pensadores modernos de sofá, como diz a sabedoria popular. Literatura brasileira de alta voltagem, que nos mostra essa nova nossa tendência.<br />
<br />
Autor: CARVALHO, BERNARDO<br />
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-70489063240082306952015-01-06T04:27:00.001-08:002016-01-22T08:52:15.226-08:00Teatro dos lírios<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-fi45j77BRR8/VKvUpQdYrdI/AAAAAAAABwg/G4vxOgefOZw/s1600/teatrodoslirios.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-fi45j77BRR8/VKvUpQdYrdI/AAAAAAAABwg/G4vxOgefOZw/s1600/teatrodoslirios.jpg" /></a></div>
<span style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Por <b>Bruna Bonfeld</b>:</span></span><br />
<br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;" />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Teatro dos lírios é uma pérola da literatura chinesa, da autora Lulu Wang. Recomendo para quem gosta de uma literatura romântica que foge completamente dos padrões esperados. </span><br />
<br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;" />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Lian, a personagem principal, é uma menina sensível e inteligentíssima que vive o auge da Revolução Cultural de Mao Tse-</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Tung, chegando inclusive a ir para um dos campos de reeducação para os "burgueses intelectuais capitalistas" com sua mãe, uma professora universitária de História. O livro é relativamente autobiográfico pois a autora também chegou a ir para um desses campos com sua mãe quando era criança. Além disso, Lian tem uma relação de amor e amizade profunda com Kim, uma menina da terceira casta que estuda na mesma escola que ela antes e posteriormente ao campo, que tem uma realidade social completamente diferente da sua, garota da primeira casta. </span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br />O livro é uma crítica muito inteligente ao comunismo, mistura romance, amizade, relações parentais em uma China de um determinado período histórico. Muito bem escrito, nos transporta, nos envolve e nos faz enxergar para além da nossa própria realidade. </span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br />Com certeza é um dos livros mais fantásticos que eu já li em toda a minha vida. Espero ler outro livro desta autora.<br />Ufa! rs</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span>
<span style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Autor: WANG, LULU</span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , "lucida grande" , "tahoma" , "verdana" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Editora: RECORD</span><br />
<span style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Assunto: Literatura Internacional - Romance</span></div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-31397219377479962202014-11-28T04:24:00.000-08:002014-11-28T04:24:12.771-08:00O anjo pornográfico<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-_3sCMQ0LFNo/VHhpNwc1o1I/AAAAAAAABtY/ssKY3FAgYOI/s1600/nelson.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-_3sCMQ0LFNo/VHhpNwc1o1I/AAAAAAAABtY/ssKY3FAgYOI/s1600/nelson.jpg" /></a></div>
A vida de Nelson Rodrigues. A cada biografia que leio escrita por Ruy Castro me convenço mais de que ele é um dos melhores biógrafos do país. Este é o tipo de livro que você não consegue parar. Claro que seu personagem principal é digno de uma história eletrizante, mas a forma como o autor conta essa história é o ponto-chave.<br />
<br />
Conhecemos por este livro o Nelson-homem, com uma vida marcada por tantas tragédias quanto <b>não </b>seria possível alguém sobreviver. Seus pais produziram catorze filhos geniais, uns mais outros menos, uns mais artísticos, outros mais empreendedores, como é o caso de Mario Filho, o idealizador do que hoje é a paixão nacional: o futebol. Aliás, a vida dos irmãos Mario Filho e Roberto Rodrigues produziriam um livro à parte.<br />
<br />
Ruy Castro trouxe à tona uma vida espetacular, de um homem singular, talvez dos mais singulares filhos deste nosso país. É ler e conferir, depois me contem.<br />
<br />
Algumas pérolas do mestre da escrita:<br />
<br />
"Nelson, passional como uma viúva italiana, achava aquilo um empobrecimento da notícia e passou a considerar os 'copy-desks' os 'idiotas da objetividade'. 'Se o copy-desk já existisse naquele tempo', dizia, 'os Dez Mandamentos teriam sido reduzidos a cinco.'"<br />
<br />
Sobre A vida como ela é:<br />
"- Seu Nelson, não deixo minha noiva ler sua seção!<br />
Nelson caiu das nuvens:<br />
- Mas por que, que piada é essa?<br />
- Porque suas heroínas dão mau exemplo.<br />
Nelson respondeu por escrito, na mesma época, em outra parte do jornal:<br />
- Discordo desse ideal de noiva cega, surda e muda diante da vida. Acho que uma moça só deve ser esposa quando está em condições de resistir aos maus exemplos. Considero monstruosa, ou inexistente, a virtude que se baseia pura e simplesmente na ignorância do mal. Cada mulher devia ter um minucioso conhecimento teórico do bem e do mal. Afinal de contas, a virtude é, acima de tudo, opção."<br />
<br />
"'Me interessa a pessoa em particular', sempre disse Nelson, 'A História que vá para o diabo que a carregue, e Marx, que vá tomar banho.'"<br />
<br />
Sobre a amizade de Nelson e Hélio Pellegrino:<br />
<br />
"Os dois sempre tiveram divergências políticas e, na maior parte daqueles anos, isso nunca lhes toldou a amizade. Hélio era um frenético socialista católico, o que Nelson considerava um dilema porque, na sua visão, era impossível ser socialista e católico. E Hélio entendia que o reacionarismo de Nelson era apenas a unção do indivíduo sobre a coletividade. Hélio podia não concordar, mas achava graça na frase de Nelson: 'A massa só serve para parir os gênios. Depois que os pariu, volta a babar na gravata.'"<br />
<br />
"E então, senti que a multidão não só é desumana, como desumaniza."<br />
<br />
Obrigada, Ruy Castro, por existir.<br />
<br />
Autor: CASTRO, RUY<br />
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS<br />
Assunto: Biografias - Teatro</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-51555152608875790282014-11-25T03:48:00.000-08:002014-11-25T03:48:21.857-08:00O paraíso são os outros<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-adue5PBCQoI/VHRruE8YJoI/AAAAAAAABsw/qI0YUzj9Cws/s1600/valterhugomae.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-adue5PBCQoI/VHRruE8YJoI/AAAAAAAABsw/qI0YUzj9Cws/s1600/valterhugomae.jpg" height="320" width="219" /></a></div>
Uma menina extremamente inteligente e sensível extrai das suas leituras e observações questionamentos sobre relações, amor, solidão. Por que bichos e humanos precisam viver em casal? Por que existe todo tipo de casal? A menina brinca com sua imaginação a partir dos ensinamentos de sua mãe.<br />
Valter Hugo Mãe se lança no universo infantil de uma garotinha, deixando seus pensamentos fluírem para dentro de nós, leitores. É um arrebatamento de sentidos, sentimentos e emoções, porém com questões e dúvidas de alguém que procura entender o que não se entende. Isso é processo de amadurecimento. Procurar saber os <i>comos</i>, os porquês, os quais é crescer maravilhosamente por dentro.<br />
<br />
O livro ainda vem com a contribuição visual de Nuno Cais, artista plástico brasileiro que brinca com esse paraíso que é o outro, manipulando imagens para compor o texto do autor.<br />
<br />
Gosto muito de encontrar trechos que me capturam nos livros que leio. Foi difícil esta tarefa em O paraíso são os outros; é tanta poesia e sensibilidade do início ao fim que o livro inteiro captura, mas vou tentar pegar os mais significativos.<br />
<br />
"Os bichos só são feios se não entendermos seus padrões de beleza. Um pouco como as pessoas. Ser feio é complexo e pode ser apenas um problema de quem observa."<br />
<br />
"Leio livros para aprender. Estou sempre apressada. Sou muito mexida. Um dia quero uma coisa, no outro quero tudo. Sofro de um problema de sossego. Não sei o que é estar sossegada. Mais tarde corrijo."<br />
<br />
"As pessoas são tão diferentes. Aprecio muito que o sejam. Fico a pensar se me acharão diferente também. Adoraria que achassem. Ser tudo é igual é característica de azulejo na parede e, mesmo assim, há quem misture."<br />
<br />
"A tristeza a gente respeita e, na primeira oportunidade deita fora. É como algo descartável. Precisamos usar mas não é bom ficar guardada."<br />
<br />
Autor: MAE, VALTER HUGO<br />
Ilustrador: CAIS, NINO<br />
Editora: COSAC NAIFY</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-74255971557423737772014-11-24T04:06:00.001-08:002014-11-24T04:08:16.081-08:00Bisa Bia, Bisa Bel<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-uI074P17LhQ/VHMfEO5bBGI/AAAAAAAABsc/c16qvrW5wvM/s1600/bisa%2Bbia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-uI074P17LhQ/VHMfEO5bBGI/AAAAAAAABsc/c16qvrW5wvM/s1600/bisa%2Bbia.jpg" height="320" width="220" /></a></div>
Em meus estudos teóricos de literatura, encontrei um texto de Aristóteles que fala da diferença entre história e poesia (literatura), em que a primeira narra fatos ocorridos e a segunda aqueles que poderiam ocorrer, que podem vir a ser, e por conclusão dele, de natureza mais importante:<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
"Pelas precedentes considerações se manifesta que não é ofício do poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta, por escreverem verso ou prosa (pois que bem poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto, e nem por isso deixariam de ser histórias, se fossem em verso o que eram em prosa), - <b>diferem, sim, em que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder. Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente o universal, e esta o particular.</b> Por “referir-se ao universal” entendo eu atribuir a um indivíduo de determinada natureza pensamentos e ações que, por liame de necessidade e verossimilhança, convém a tal natureza; e ao universal, assim entendido, visa a poesia, ainda que de nomes aos seus personagens; particular, pelo contrário, é o que fez Alcibíades ou o que lhe aconteceu." (Poét., IX, 50)</blockquote>
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<br /></div>
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Esse vir a ser é marcadamente de fundamental importância e a literatura é o meio que proporciona isso. Ler abre mentes, desenvolve inteligências, proporciona sensibilidades e cria empatia.</div>
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<br /></div>
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Bem, mas por que eu estou aqui falando sobre Aristóteles e seu vir a ser? Porque ao reler <i>Bisa Bia, Bisa Bel</i>, percebi que foi minha primeira prova concreta desse pensamento aristotélico e, para além disso, revivi o impacto que causou Bisa Bia em mim, que a tornou inesquecível no meu coração infantil.</div>
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<br /></div>
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Bel é uma criança cheia de vida e, um dia, encontrou no meio das coisas de sua mãe uma foto de sua bisavó Beatriz, quando ainda criança. Ela se encanta com aquela menina que é sua bisavó e estabelece com ela, em seu interior, uma linda relação. Ana Maria Machado tem todo o merecimento por tantos prêmios com esse livro. Ela mistura passado, presente, futuro, valores do feminino daquela década de 1980, ditadura, perdas e ganhos, questionamentos de uma menina que pensa nos 'fatos ocorridos' e no que pode 'vir a ser'. </div>
<div>
<br /></div>
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Alguns trechos:</div>
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<br /></div>
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"...É que Bisa Bia mora comigo, mas não é do meu lado de fora. Bisa Bia mora muito comigo mesmo. Ela mora dentro de mim."</div>
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"Mas eu lembrei da história do gigante porque a gente podia contar a história de Bisa Bia assim: dentro do quarto de minha mãe tinha um armário, dentro do armário tinha uma gaveta, dentro da gaveta tinha uma caixa, dentro da caixa tinha um envelope, dentro do envelope tinha um monte de retratos, dentro de um retrato tinha Bisa Bia."</div>
<div>
<br /></div>
<div>
"E então eu soube, eu descobri. Assim, de repente. Descobri que nada é de repente. Dessa vez, a pesquisa do colégio não é só em livros nem fora de mim. É também na minha vida mesmo, dentro de mim. Nos meus segredos, nos meus mistérios, nas minhas encruzilhadas escondidas."</div>
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<br /></div>
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Bisa Bia, Bisa Bel é um livro que a gente vive, não apenas lê. </div>
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<br /></div>
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Autor: MACHADO, ANA MARIA</div>
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Ilustrador: NEWLANDS, MARIANA</div>
<div>
Editora: SALAMANDRA</div>
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Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-63619900549308750042014-11-04T03:08:00.001-08:002014-11-04T03:11:19.986-08:00Contos de São João Marcos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-SX6NcUMmMbM/VFixhbavggI/AAAAAAAABqU/2_JNAR2iTts/s1600/capasjmarcos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-SX6NcUMmMbM/VFixhbavggI/AAAAAAAABqU/2_JNAR2iTts/s1600/capasjmarcos.jpg" height="320" width="217" /></a></div>
Certamente, a melhor parte de se trabalhar com o livro é o momento de servi-lo.<br />
<br />
O<b> <a href="http://www.institutocidadeviva.org.br/" target="_blank">Instituto Cidade Viva</a></b> realizou um trabalho de revitalização das ruínas da extinta cidade <a href="http://www.saojoaomarcos.com.br/parque.asp" target="_blank"><b>São João Marcos</b></a> e trouxe um pouco da história do lugar com a construção do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos. Uma das belas ideias foi abrir um concurso de contos literários que tivesse menção ao lugar, fosse apenas citando, fosse em forma de recordações da cidade ou mesmo do Parque.<br />
<br />
Tive a grata honra de ser convidada a fazer parte do juri que selecionaria os dez primeiros colocados nesse concurso; foi um dia de intensa leitura, avaliação e classificação. Todos os autores foram extremamente cuidadosos com o lugar e sua história, independente do tema escolhido.<br />
<br />
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-3iZS_dbGpUw/VFiybQQseZI/AAAAAAAABqs/qclvscjNB_w/s1600/sjmarcos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-3iZS_dbGpUw/VFiybQQseZI/AAAAAAAABqs/qclvscjNB_w/s1600/sjmarcos.jpg" height="133" width="200" /></a>O lançamento aconteceu em outubro e, infelizmente, não pude estar presente. Agora recebo o exemplar com seus dez contos e tenho o prazer de compartilhar com vocês esse apanhado de pequenas histórias em torno de um lugar mágico e místico. Ainda apareço por lá para te conhecer, São João Marcos.<br />
<br />
<b>Um pouco dos vencedores, no site Olho Vivo: <span style="color: #4c1130;">http://www.olhovivoca.com.br/livros/2880/confira-os-vencedores-do-concurso-cultural-contos-de-sao-joao-marcos/</span></b><br />
<br />
<b>Mais um pouco do Parque: <span style="color: #4c1130;">http://www.saojoaomarcos.com.br/parque.asp</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-1fdQqo0cKwk/VFiyaPPrGBI/AAAAAAAABqk/LRfQTk4IIgE/s1600/sjmarcos2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-1fdQqo0cKwk/VFiyaPPrGBI/AAAAAAAABqk/LRfQTk4IIgE/s1600/sjmarcos2.jpg" height="252" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br /></div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-32853491342233743582014-10-07T05:12:00.001-07:002014-10-28T12:36:02.701-07:00De repente, uma batida na porta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-lgUovq48HYc/VDPYmtJMnEI/AAAAAAAABnU/baarsu9W658/s1600/de%2Brepente.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-lgUovq48HYc/VDPYmtJMnEI/AAAAAAAABnU/baarsu9W658/s1600/de%2Brepente.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
Um livro de contos que você não está acostumado a ver por aí. O autor, Etgar Keret, vai do fantástico ao cotidiano, passando pelo esdrúxulo e surreal numa velocidade que é difícil de acompanhar, literariamente.<br />
<br />
O que me chamou atenção neste livro foi, quando vi a capa, tinha uma frase do autor Salman Rushdie, de quem sou fã: "Um escritor brilhante, totalmente diferente de qualquer outro. A voz da nova geração." Minha curiosidade foi maior do que meu interesse menor por um livro de contos, de histórias soltas e descontextualizadas umas das outras. Não que não goste de bons contos, apenas prefiro as histórias mais longas, que me permitem viajar com elas.<br />
<br />
Os contos são curtos, porém intensos e profundos, cada um com uma forma diferente de mostrar a essência do autor, mas que está ali, o tempo inteiro, exposta e bem definida. O primeiro trecho escolhi por ser uma espécie de apresentação:<br />
<br />
"De todos os meus livros de contos, De repente, uma batida na porta é o mais próximo de meu coração. Porque é o primeiro, e, por enquanto, o único livro que escrevi como um pai. A paternidade é provavelmente a mais incrível e complexa experiência que já tive. Ela preenche cada manhã com medo e esperança, e acrescenta dúzias de pequenas mas comoventes vitórias e derrotas no campo de batalha da sua vida. Mais ainda, o papel de pai, se você respeitá-lo de fato, o força a olhar como se pela primeira vez para si mesmo e suas ações, de um ponto de vista novo, espantado e ligeiramente mais estreito, e a explicar a você e a seu filho este mundo confuso e o porquê de você fazer todas as coisas esquisitas que você faz nele. A maioria dos contos neste livro não está diretamente ligada à paternidade, mas foram todos escritos pelo pai de uma criança curiosa e amada, e por detrás deles está a tentativa de explicar ao meu filho, não menos que a mim mesmo, por que é difícil ser uma pessoa, e por que, diabos, ainda assim o esforço vale a pena."<br />
<br />
"..., a vida me parece uma armadilha. Algo em que você entra sem suspeitar, e ela se fecha sobre você. E quando você está dentro, dentro da vida, quero dizer, então não há para onde fugir..."<br />
<br />
"Meus olhos começam a se fechar agora. Não só naquele universo, na cama, na floresta, também em outros universos sobre os quais não quero pensar agora. É bom para mim saber que há outro lugar; no coração da floresta, em que adormeço agora feliz."<br />
<br />
Autor: KERET, ETGAR<br />
Editora: ROCCO<br />
Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - CONTOS E CRÔNICAS</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-79471650472367557792014-09-18T14:37:00.001-07:002014-09-18T14:38:34.207-07:00Três novelas femininas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-hSMZLSdFWrA/VBtQdVeFceI/AAAAAAAABjY/QwEScR8Prgg/s1600/tres%2Bnovelas%2Bfemininas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-hSMZLSdFWrA/VBtQdVeFceI/AAAAAAAABjY/QwEScR8Prgg/s1600/tres%2Bnovelas%2Bfemininas.jpg" height="320" width="222" /></a></div>
Um livro com três histórias contadas a partir da perspectiva de três mulheres absolutamente diferentes, mas com a essência de sua época se manifestando de forma bem marcada.<br />
<br />
Medo, Carta de uma desconhecida e 24 horas na vida de uma mulher são contos marcados de dor, angústias, fortaleza feminina e aquela sensibilidade maravilhosa das mulheres.<br />
<br />
No primeiro conto, a personagem-narradora é uma mulher casada e rica que, se envolvendo em uma relação fora de seu casamento vive as angústias que a faz entrar em colapso, por medo de perder a vida tranquila que levava em seu tranquilo casamento.<br />
<br />
O segundo, um lindo conto em forma de carta, escrito por uma mulher à beira da morte para o grande amor da sua vida. À medida que a história vai se descortinando para seu destinatário, mais surpresas vão aparecendo. Um belíssimo suspense.<br />
<br />
E por último, 24 horas na vida de uma mulher, uma senhora já no final da vida elege um amigo para confessar todas as suas agruras, retirando assim um peso enorme de sua existência.<br />
<br />
Maravilhoso livro. Após cada conto, Alberto Dines, jornalista e biógrafo de Zweig, nos brinda com comentários em textos adicionais,<br />
<br />
Trecho da orelha, um resumo da vida do autor:<br />
<br />
"Stefan Zweig (1881-1942), nasceu em uma rica família judia, viveu a efervescência cultural de Viena no começo do século XX. Amigo de grandes intelectuais e artistas, desde a Primeira Guerra Mundial tornou-se pacifista. Com a ascensão do nazismo, distanciou-se de seu país natal cada vez mais. Após o início da Segunda Guerra Mundial, refugiou-se no Brasil, mais especificamente em Petrópolis (RJ), onde suicidou-se com a mulher em 1942.<br />
<br />
Autor: ZWEIG, STEFAN<br />
Tradutor: LISBOA, ADRIANA<br />
Tradutor: ABI-SAMARA, RAQUEL<br />
Editora: ZAHAR<br />
Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - CONTOS E CRÔNICAS</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-12353215240783721762014-09-14T16:29:00.000-07:002014-09-14T16:29:09.145-07:00A verdade sobre o caso Harry Quebert<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-k9tscSa6FF4/VBYg8YxXzOI/AAAAAAAABic/L5E8bh9W8n0/s1600/harry%2Bquebert.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-k9tscSa6FF4/VBYg8YxXzOI/AAAAAAAABic/L5E8bh9W8n0/s1600/harry%2Bquebert.jpg" height="320" width="223" /></a></div>
Um dos romances policiais mais sensacionais que já li. É tensão e mistério da primeira à última página. Daqueles livros que você não faz ideia de como acabará e por isso não consegue parar de ler. Marcus Goldman, o melhor protagonista do mundo.<br />
<br />
Depois de estourar com seu livro de estreia, Marcus vira uma celebridade do dia para a noite. Começa a ser pressionado pela editora a escrever o segundo, mas vê sua inspiração ir ralo abaixo. Como costuma dizer, adquiriu a doença dos escritores, a Síndrome da Página em Branco. Então, depois de um período de agonia, resolve procurar seu professor de literatura e mentor, Harry Quebert, sem imaginar que sua vida ia sofrer uma segunda reviravolta ao voltar à cidadezinha onde mora o professor.<br />
<br />
A partir daí, Marcus se vê envolvido em uma trama absurda, com Harry sendo acusado de assassinato. O corpo de uma menina de 15 anos, desaparecida em 1975 foi encontrado em seu quintal. Marcus se vê na obrigação de procurar a verdade e defender seu melhor amigo.<br />
<br />
Todos os personagens são marcantes e cheios de impacto. Estava saindo do metrô lendo o livro, subindo as escadas lendo o livro (!!), quando ouvi uma voz: "Esse livro é sensacional, eu também andava pelas ruas lendo". Achando que era alguém conhecido, olhei para o lado e vi uma estranha, que não resistiu em comentar. Achei um barato e mais uma prova do quanto o livro é bom.<br />
<br />
Um pequeno trecho, uma das pílulas de ensinamento do mestre ao aluno, sobre a arte de escrever um bom romance:<br />
<br />
"Um bom livro, Marcus, não se mede somente pelas últimas palavras, e sim pelo efeito coletivo de todas as palavras que a precederam. Cerca de meio segundo após terminar o seu livro e ler a última palavra, o leitor deve se sentir invadido por uma sensação avassaladora. Por um instante fugaz, ele não deve pensar senão em tudo que acabou de ler, admirar a capa e sorrir, com uma ponta de tristeza pela saudade que sentirá de todos os personagens. Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter terminado."<br />
<br />
Autor: DICKER, JOEL<br />
Editora: INTRINSECA</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-33682435898068093892014-09-09T04:29:00.001-07:002014-09-09T04:29:35.733-07:00Eugênia e os robôs<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-eMRRYbomduw/VA7kWaEzEWI/AAAAAAAABhI/bYrYtbs6rjk/s1600/eugenia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-eMRRYbomduw/VA7kWaEzEWI/AAAAAAAABhI/bYrYtbs6rjk/s1600/eugenia.jpg" height="320" width="220" /></a></div>
Livro sensível sobre Eugênia, uma menina de 11 anos que, apesar de sua aguda inteligência para as artes exatas, possui uma dificuldade enorme para entender o comportamento humano, suas contradições, altos e baixos.<br />
<br />
Trecho da orelha: "Para ela os humanos são incompreensíveis: choram quando estão felizes; dizem 'tudo bem' quanto estão tristes."<br />
<br />
Essas singularidades da natureza humana deixam Eugênia muito confusa e, por causa disso, não consegue se relacionar com ninguém, nem com os pais, nem com os amigos da escola, professores etc. Assim, a menina resolve usar sua inteligência apurada para construir seus próprios amigos robôs, achando que enfim teria companhia em sua infinita solidão. Essa decisão fará com que ela consiga repensar os valores humanos, talvez até perceber a riqueza do singular.<br />
<br />
Um gostinho:<br />
"O problema é que todos os diálogos eram mais ou menos assim quando alguém puxava assunto:<br />
- Oi, Eugênia, tudo bom?<br />
- Não.<br />
E era a mais absoluta verdade. Como poderia estar TUDO bom? Todas as coisas do mundo estavam funcionando perfeitamente? Nada mais ou menos? Nada nem um pouquinho ruim? A pergunta era fácil, a resposta certa devia ser não, certo?<br />
Errado.<br />
<br />
Autor: TOKITAKA, JANAINA<br />
Ilustrador: TOKITAKA, JANAINA<br />
Editora: ROCCO<br />
Assunto: INFANTO-JUVENIS</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-52935750903138057762014-08-28T05:59:00.005-07:002014-08-29T04:23:05.674-07:00A confissão da leoa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-5jH5KMwm74Q/U_8iBa8Jp5I/AAAAAAAABe4/3OojuxYjr6o/s1600/leoa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-5jH5KMwm74Q/U_8iBa8Jp5I/AAAAAAAABe4/3OojuxYjr6o/s1600/leoa.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
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"Preciso tanto de dormir! Não é descanso que procuro. Quero, sim, ausentar-me de mim. Dormir para não existir."<br />
<br />
"De repente, rugidos, gritos e lamentos dissolveram-se no vazio, o mundo afundado aos despedaços: nada mais restava dentro dele. Para tanto esquecer é preciso não ter nunca vivido."<br />
<br />
"Muitas vezes ele me dissera: só os humanos sabem do silêncio. Para os demais bichos, o mundo nunca está calado e até o crescer das ervas e o desabrochar das pétalas fazem um enorme barulho."</div>
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<br /></div>
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"Todas as manhãs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor é começares a correr." (Provérbio africano)</div>
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"Para mim, Adjiru Kapitamoro (avô) tinha o viver da árvore: sendo chão, já era pertença do céu."</div>
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"Andei por abrigos extensos. Mas não encontrei sombra senão na palavra."<br />
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"Sábio é o pirilampo que usa o escuro para se acender." (Provérbio de Kulumani)</div>
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Bem, começar este post dizendo que Mia Couto é poesia em prosa da mais alta categoria é dizer mais do mesmo? Mas é exatamente o que ele é. Prosa poética personificada em Mia.<br />
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Para começar, a história tem dois narradores, um homem e uma mulher, em primeiríssima pessoa cada um e com trajetórias distintas porém entrelaçadas.<br />
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Há uma aldeia em Moçambique que está perdendo pessoas por causa de ataques de leões. O político local contrata um experiente caçador para resolver o problema, porém ele se vê envolvido em uma trama maior do que seu trabalho, trama que compreende questões externas, da aldeia e seus místicos moradores, e internas, que carrega dentro de si, em seu âmago.<br />
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O caçador, Arcanjo Baleiro é um dos narradores e Mariamar, moradora da aldeia, a outra. Alternando a visão de cada um em capítulos, vamos nos embalando nesta linda e triste história, com uma Moçambique se descortinando à nossa frente, com suas crenças, mística, problemas de ordem política, de gênero e religião. E, premiando tudo isso, a poesia do autor.</div>
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Autor: MIA COUTO</div>
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Editora: COMPANHIA DAS LETRAS</div>
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Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - ROMANCES</div>
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Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-72270786605164989972014-08-14T05:06:00.002-07:002014-08-14T05:06:30.746-07:00A garota que você deixou para trás<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-jIyBqOF0qWA/U-ylWJT4noI/AAAAAAAABcU/cj1EytjoBlE/s1600/garotadeixouparatras.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-jIyBqOF0qWA/U-ylWJT4noI/AAAAAAAABcU/cj1EytjoBlE/s1600/garotadeixouparatras.jpg" height="320" width="222" /></a></div>
Quando minha filha me trouxe este livro e disse: "Mãe, lê que você vai adorar", absorvi a máxima "não julgar o livro pela capa", que no caso não era capa, mas sim o título, e peguei para ler. Não, não é a história de uma adolescente (garota) que foi abandonada pelo namorado em pleno baile (que você deixou para trás) que, traumatizada, resolve contar sua história de dor e solidão. Nada disso.<br />
<br />
São duas histórias em uma. E com um intervalo temporal de quase um século. A autora, Jojo Moyes, escreveu um bonito romance que gira em torno de um quadro pintado por Édouard Lefèvre, artista francês, para sua bela mulher Sophie, pouco antes de estourar a 1ª Guerra mundial. Quando é convocado a servir, o quadro é a melhor das lembranças de Sophie, que sofre, junto com sua família, a invasão alemã em sua pacata cidade.<br />
<br />
Mulher de fibra e coragem, Sophie nem imagina que sua história passará por tantas reviravoltas.<br />
<br />
Século seguinte, a viúva Liv Halston vê sua vida absolutamente transformada, revirada e arrasada por causa desse mesmo quadro. A partir daí, as vidas de Sophie e de Liv estarão entrelaçadas de maneira irreversível.<br />
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Amor, guerra, muito sofrimento, esperança, dores absurdas, solidariedade, sentido de família, entendimento do outro. Tudo isso em um romance. Adorei, minha filha, obrigada!<br />
<br />
Autor: MOYES, JOJO<br />
Editora: INTRINSECA</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-4738715227863681772014-08-08T05:04:00.001-07:002014-08-08T10:53:47.429-07:00Só por hoje<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-0Dyol24e0J0/U-S8VsfPlHI/AAAAAAAABbg/j2b5PMWRU-o/s1600/so+por+hoje.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-0Dyol24e0J0/U-S8VsfPlHI/AAAAAAAABbg/j2b5PMWRU-o/s1600/so+por+hoje.jpg" height="320" width="210" /></a></div>
Como sobreviver ao 'só por hoje'? A eterna luta contra uma doença incurável começa por aí. Como absolutamente todas as coisas na vida, só sabe e entende quem vivencia.<br />
<br />
O livro conta a história de Tony, ex-editor de renome, que vê sua vida se desmantelar por causa da cocaína. Amores, amigos de infância, carreira bem-sucedida.<br />
<br />
15 anos 'limpo' e Tony se vê envolvido com uma garota de programa viciadíssima e, por acreditar ter reencontrado o amor, procura seguir um dos passos do Narcóticos Anônimos e resolve estender a mão num lance perigoso, que pode o fazer ser arrastado de volta às drogas.<br />
<br />
Romance de ritmo envolvente, cadenciado na medida. Julio Ludemir explora o universo das drogas e seu entorno, mostra o funcionamento, para o bem e para o mal, das salas do NA, clínicas de recuperação, sexo.<br />
<br />
Com o texto narrado em primeira pessoa, seguimos esse caminho com Tony, sentindo suas angústias, desejos e frustrações, medos e esperanças.<br />
<br />
Este é o primeiro livro adquirido na Flip, após assistir a uma palestra de Julio, em que ele conta um pouco de sua vida e de como viveu e pesquisou para dar vida a todos os personagens.<br />
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Um parágrafo:<br />
<br />
"Marcamos encontro para o final da tarde do dia seguinte, o que, em sua opinião, seria o bastante para que fizesse uma avaliação do quadro de Laís. Se quisesse colaborar, o tratamento com certeza seria eficiente, pois uma das vantagens da dependência química como doença é que a próxima dose é uma decisão pessoal. Podemos dispor dos piores médicos do mundo e, no entanto, nos manter abstêmios. Por outro lado, nem mesmo o Prêmio Nobel de Medicina pode nos salvar quando não estamos dispostos a largar o canudo."<br />
<br />
<br />
Autor: JULIO LUDEMIR<br />
Editora: ROCCO<br />
Assunto: LITERATURA BRASILEIRA</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-51651886354048369622014-08-06T06:20:00.000-07:002014-08-06T06:23:58.865-07:00Flip - uma imersão<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-ONnudi-0zok/U-IoB_q7HWI/AAAAAAAABaY/A3ICU59GBtI/s1600/2014-08-01+10.00.59.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-ONnudi-0zok/U-IoB_q7HWI/AAAAAAAABaY/A3ICU59GBtI/s1600/2014-08-01+10.00.59.jpg" height="240" width="320" /></a>Estar lá, no meio de tantos debates, mesas literárias, outras nem tanto, lançamentos de livros, resgate da infância com Bia Bedran, conversas com livreiros queridos, palestras sobre planos de livros e leitura foi como estar em outra dimensão, onde a cultura e os livros são discutidos, pensados e expostos em primeiro plano, fundamentalmente.<br />
<br />
“Meu percurso literário é feito de leituras e releituras, sendo que as releituras são mais ricas do que as leituras.” Luiz Alfredo Garcia-Roza<br />
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-rPdrE1vJSb8/U-IoFuHwODI/AAAAAAAABao/LetLCfbZ0XE/s1600/2014-08-01+12.34.22.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-rPdrE1vJSb8/U-IoFuHwODI/AAAAAAAABao/LetLCfbZ0XE/s1600/2014-08-01+12.34.22.jpg" height="240" width="320" /></a><a href="http://2.bp.blogspot.com/-rPdrE1vJSb8/U-IoFuHwODI/AAAAAAAABao/LetLCfbZ0XE/s1600/2014-08-01+12.34.22.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a><br />
“Sou antes de mais nada um poeta que conta histórias.” Mia Couto<br />
<br />
"Creio que uma forma de felicidade é a leitura." Jorge Luis Borges<br />
<br />
"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas Llosa<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-fZ2h6i-4Xro/U-IoL9bdZJI/AAAAAAAABa4/Cm2s_Gvu-UA/s1600/2014-08-01+10.39.13.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-fZ2h6i-4Xro/U-IoL9bdZJI/AAAAAAAABa4/Cm2s_Gvu-UA/s1600/2014-08-01+10.39.13.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Mzsn3CK6IzE/U-IoDreTtEI/AAAAAAAABag/V79D-Ka8qxw/s1600/2014-08-01+12.33.15.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Mzsn3CK6IzE/U-IoDreTtEI/AAAAAAAABag/V79D-Ka8qxw/s1600/2014-08-01+12.33.15.jpg" height="240" width="320" /></a>Pensar o livro é pensar em futuro, trazer ao mundo mentes criativas e inteligentes, é ponderar sobre o que 'pode ser'.<br />
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"Livro não enguiça." Millôr Fernandes<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-ciYccU5oGhA/U-IoJyZXr-I/AAAAAAAABaw/4SLnt_21Mgw/s1600/2014-08-01+10.09.39.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ciYccU5oGhA/U-IoJyZXr-I/AAAAAAAABaw/4SLnt_21Mgw/s1600/2014-08-01+10.09.39.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Festa Literária Internacional de Paraty, até a volta!</div>
</div>
Palavralidahttp://www.blogger.com/profile/03086980004135329803noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2749558033356313451.post-53834157082579260272014-07-25T11:17:00.000-07:002014-07-25T11:17:07.880-07:00Barca das letras<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Queridos, divulgando esse trabalho maravilhoso (Pela querida <a href="http://peculiarizar.blogspot.com.br/" target="_blank">Roberta Fraga</a>):<br />
<br />
Meu amigo Jonas Banhos está precisando de uma força ($$). Ela é o Palhaço Ribeirinho que leva alegria, livros, materiais e suportes para comunidades afastadas no norte e nordeste do país e também comunidades locais!<br />
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<br />
Acontece que ele é servidor licenciado e os recursos que ele junta durante um ano para exercer a atividade junto às comunidades estão acabando.<br />
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Jonas Banhos (facebook)<br />
Idealizador e Cuidador Geral da Barca das Letras</div>
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