Terminei. Maravilhoso, como me lembrava ter sido há alguns anos. Uma prévia:
"Em 1988 o aiatolá Khomeini condenou Salman Rushdie, autor, à morte por ter escrito um livro que desagradou aos fundamentalistas islâmicos, chamado Os versos satânicos. A resposta do autor foi este romance - uma defesa contundente das virtudes do pluralismo e da tolerância, em oposição às pretensas verdades únicas e excludentes. Uma história, que começa no sul da Índia, no tempo em que a independência ainda era um sonho distante, passa pela Bombaim feérica dos anos 80 e 90 e termina no sul da Espanha, à sombra do Alhambra. Uma história, narrada por um herói picaresco em cujas veias corre sangue português, judeu, árabe e indiano, afirmação viva do indivíduo que escapa às classificações estreitas de todos os sectarismos nacionalistas, étnicos e religiosos."
Uma saga familiar. Uma família marcada por todo tipo de emoções e contradições que se pode haver. E tudo tirado do armário pelo Mouro. Ele remonta sua árvore através do tempo de sua bisavó e conta para o mundo sua vida louca e sã, acelerada pela doença, cheia de pensamentos e conclusões e dúvidas e amores.
"Muito bem: vou descansar, e esperar pela paz. O mundo está cheio de pessoas adormecidas aguardando a hora de voltar: Arthur dorme em Avalon, Barba-Roxa em sua caverna. Finn MacCool dorme nos morros da Irlanda, e o verme Ouroboros no fundo do mar. Os ancestrais da Austrália, os wandjina, descansam debaixo da terra, e em algum lugar, num emaranhado de arbustos espinhentos, uma bela adormecida aguarda o beijo de um príncipe dentro da um caixão de vidro. Vejam: eis meu frasco. Vou beber um pouco de vinho; em seguida, como um Rip von Winkle moderno, vou me deitar sobre esta pedra talhada, encontrar a cabeça debaixo destas letras, R I P, e fechar os olhos, seguindo o velho hábito de nossa família de adormecer em momentos difíceis, com a esperança de despertar, renovado e feliz, num tempo melhor."
Maravilhoso. Mas também, infelizmente, esgotado.
Autor: RUSHDIE, SALMAN
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - ROMANCES
"Em 1988 o aiatolá Khomeini condenou Salman Rushdie, autor, à morte por ter escrito um livro que desagradou aos fundamentalistas islâmicos, chamado Os versos satânicos. A resposta do autor foi este romance - uma defesa contundente das virtudes do pluralismo e da tolerância, em oposição às pretensas verdades únicas e excludentes. Uma história, que começa no sul da Índia, no tempo em que a independência ainda era um sonho distante, passa pela Bombaim feérica dos anos 80 e 90 e termina no sul da Espanha, à sombra do Alhambra. Uma história, narrada por um herói picaresco em cujas veias corre sangue português, judeu, árabe e indiano, afirmação viva do indivíduo que escapa às classificações estreitas de todos os sectarismos nacionalistas, étnicos e religiosos."
Uma saga familiar. Uma família marcada por todo tipo de emoções e contradições que se pode haver. E tudo tirado do armário pelo Mouro. Ele remonta sua árvore através do tempo de sua bisavó e conta para o mundo sua vida louca e sã, acelerada pela doença, cheia de pensamentos e conclusões e dúvidas e amores.
"Muito bem: vou descansar, e esperar pela paz. O mundo está cheio de pessoas adormecidas aguardando a hora de voltar: Arthur dorme em Avalon, Barba-Roxa em sua caverna. Finn MacCool dorme nos morros da Irlanda, e o verme Ouroboros no fundo do mar. Os ancestrais da Austrália, os wandjina, descansam debaixo da terra, e em algum lugar, num emaranhado de arbustos espinhentos, uma bela adormecida aguarda o beijo de um príncipe dentro da um caixão de vidro. Vejam: eis meu frasco. Vou beber um pouco de vinho; em seguida, como um Rip von Winkle moderno, vou me deitar sobre esta pedra talhada, encontrar a cabeça debaixo destas letras, R I P, e fechar os olhos, seguindo o velho hábito de nossa família de adormecer em momentos difíceis, com a esperança de despertar, renovado e feliz, num tempo melhor."
Maravilhoso. Mas também, infelizmente, esgotado.
Autor: RUSHDIE, SALMAN
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - ROMANCES
Nenhum comentário:
Postar um comentário